O cenário da automedicação no Brasil é altamente preocupante. O Instituto de Pesquisa e Pós-graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ) realizou uma pesquisa que mostra que 7 a cada 10 brasileiros tomam algum medicamento apenas pela própria intuição ou indicação de amigos. Para a população em geral, isso é um grave problema. Porém, para grávidas e lactantes o risco é ainda maior.
Até mesmo medicamentos que são liberados para a venda no balcão sem prescrição médica podem representar riscos para a gravidez. Alguns são associados com problemas de desenvolvimento dos bebês, causando malformações, hemorragias e até mesmo aborto.
Listamos neste artigo os principais medicamentos que devem ser evitados por grávidas e lactantes e, também, outras questões relacionadas à saúde na gravidez. Acompanhe!
Grupos de risco para grávidas e lactantes
Para facilitar o controle, os medicamentos são classificados de acordo o risco que apresentam para o bebê. Os grupos são A, B, C, D e X. O grupo A é composto pelos únicos medicamentos que são liberados para as gestantes. Já o D e o X são expressamente proibidos. O grupo B e C são contraindicados pois não foram realizados testes em mulheres grávidas, ou seja, não há referência científica.
Por isso, na hora de prescrever medicamentos do grupo B ou C, é necessário muita cautela.
Principais proibições e contra indicações
Em linhas gerais, o ideal é que a mulher não utilize nenhuma medicação, especialmente nos primeiros três meses de gestação. O aconselhamento médico é essencial, pois mesmo problemas que parecem ser simples, como dores nas costas, náuseas, hemorroidas, prisão de ventre, varizes, entre outros, não poderão ter seus sintomas aliviados por medicação.
Veja os medicamentos do grupo X, ou seja, expressamente proibidos pelo risco de malformação ou até mesmo aborto:
• Pílulas anticoncepcionais e contraceptivos injetáveis
• Hormônios sexuais
• Misoprostol
• Metotrexato de sódio
• Sinvastatina
• Varfarina sódica (anticoagulante)
Além desses, é importante relembrar também o grupo D, considerado de alto risco: diazepam, ibuprofeno e ácido acetilsalicílico (Aspirina), gomas de nicotina, antimetabólitos, diversos antibióticos, anticonvulsionantes, finasterida e atenolol (para doenças cardíacas).
Grávidas e lactantes devem cuidar da alimentação
Para além dos medicamentos, vale lembrar que alguns cuidados com a alimentação podem evitar complicações para grávidas e lactantes.
Por exemplo, carnes cruas ou mal cozidas podem abrigar um parasita chamado toxoplasma, e também uma variedade de bactérias nocivas, sendo assim, devem ser evitadas. O mesmo para frutas, verduras e legumes, embora muito recomendados, devem ter sido muito bem lavados em água corrente.
Ovos crus também podem abrigar bactérias nocivas e devem ser evitados. O ideal é consumi-los pasteurizados. Recomende que suas pacientes estejam atentas aos rótulos dos produtos para se certificarem desse procedimento.
Por fim, atenção aos peixes. Embora o ômega 3 seja bem-vindo, algumas espécies de peixes são conhecidas por um grande acúmulo de mercúrio, que pode prejudicar o feto. São eles: tubarão, cação, peixe espada, salmão e sardinha. Cuidado também com os derivados dessas espécies, como óleos.
Atenção com as plantas e fitoterápicos
Os compostos naturais também devem ser utilizados com cautela. Algumas plantas têm propriedades que podem levar à malformação e até mesmo ao aborto. É o caso das plantas chamadas de emenagogas, onde são encontrados o ácido aristolóquico, alcaloides pirrolizidínicos, tujonas, metafuranos, glicoproteínas e ascaridol. Todas essas substâncias estimulam as contrações uterinas e colocam em risco a gestação e a mulher.