A obesidade é uma condição multifatorial, associada a múltiplas comorbidades. Por isso, a medicina do estilo de vida é uma maneira de incentivar a prática clínica multiprofissional. Desse modo, é possível orientar rotinas saudáveis e fazer com que todos tenham uma vida com qualidade e longevidade. E isso inclui os pacientes pediátricos com obesidade.
Segundo dados presentes no Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil, a cada 10 crianças com faixa etária de até 5 anos, uma delas se encontra acima do peso. Anteriormente, a obesidade era um problema muito presente entre adultos, mas agora é algo que as famílias devem se preocupar desde cedo.
Afinal, uma criança obesa tem maiores ensejos de se tornar um adulto obeso, tendo maior predisposição para o desenvolvimento de diversas patologias metabólicas, imunológicas, neuropsíquicas, musculoesqueléticas, cardiovasculares e gastrointestinais.
Com a intenção de rever essa realidade, uma pesquisa do Pediatric Big Data (PBD) do Children’s Hospital of Philadelphia (CHOP), centro médico acadêmico, listou alguns problemas trazidos por essa questão. Conheça 8 subtipos de pacientes pediátricos obesos identificados no estudo.
1. Distúrbios respiratórios e do sono
Uma noite mal dormida e o sono encurtado dificultam a liberação dos hormônios leptina e grelina. Por sua vez, são responsáveis por controlar o apetite. Desse modo, o processo metabólico fica mais lento e essa condição possibilita o desencadeamento da obesidade devido à maior ingestão calórica. Este é um dos subtipos identificados em pacientes pediátricos com obesidade, percebido em 2.336 crianças.
2. Doenças inflamatórias da pele
O estudo sobre pacientes pediátricos com obesidade apresentou cerca de 40% de crianças negras com doenças inflamatórias de pele. Devido às características demográficas, elas estão sujeitas a sofrer principalmente de pseudoacantose nigricante, muito comum na concomitância de obesidade.
3. Distúrbios convulsivos
Neste caso, segundo dados demográficos, houve uma prevalência de crianças hispânicas, cerca de 12,2%, identificada na pesquisa do Pediatric Big Data (PBD) do Children’s Hospital of Philadelphia (CHOP). Além disso, o subtipo esteve presente em 51,3% dos que fazem parte do seguro de saúde dos EUA Medicaid.
4. Asma
Já esse subtipo atingiu 50,7% de inscritos no Medicaid e apresentou 50% de prevalência em crianças negras. A prevalência de patologia entre as etnias é diferente, e a população negra, segundo estudos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, tem uma probabilidade três vezes maior de vir a óbito quando comparamos a outros grupos.
5. Sem um padrão de morbidade
Existe um grupo que a pesquisa do Pediatric Big Data (PBD) do Children’s Hospital of Philadelphia (CHOP) denomina como crianças obesas que não apresentam um padrão de morbidade claramente característico. Portanto, 28.821 crianças se encontram nessa definição.
6. Distúrbios gastrointestinais
Em seguida, temos os distúrbios gastrointestinais, que atingem 51,9% das meninas que fizeram parte da coleta. No entanto, 55,3% das 49.594 crianças com obesidade do estudo eram do sexo masculino.
7. Distúrbios do neurodesenvolvimento
Já este subtipo prevaleceu em 77,6% dos meninos e de 57,1% dos que fazem parte da inscrição no Medicaid. Além da exposição de estigmas de peso, essas crianças apresentam tendências desfavoráveis na vida cotidiana, desde a preferência por atividades sedentárias até um atraso no desenvolvimento motor.
8. Sintomas físicos
Novamente com presença em 40% das crianças negras. Além disso, a probabilidade média de crianças que fazem parte desse grupo em específico apresentou uma variação de 70,21%.
Em suma, foram 49.594 crianças que participaram da coleta de dados através de prontuário eletrônico, 47% eram brancas e 33,8% negras. Nesse ínterim, 80 do total de 163 condições foram identificaram como mais frequentes. Também foi analisada a prevalência de subtipos.
Por fim, o estudo apresentado pode auxiliar médicos e demais profissionais da saúde na abordagem de disparidades sociais envolvendo patologias, compreendendo as necessidades demográficas da população. Assim, é possível direcionar assistência multiprofissional em regiões mais carentes e melhorar a qualidade de vida dos pacientes pediátricos com obesidade.
Ademais, é necessário saber as melhores formas de engajar o público a aderir mudanças no estilo de vida. Para isso, continue conosco e conheça dicas para aumentar a adesão ao tratamento pelos pacientes.